Eu quero um amor pra vida inteira!

Eu quero um amor pra vida inteira!

domingo, 4 de abril de 2010

O tempo da sua vida.



Você termina seu namoro de longa data. Você chora até secar os setenta por cento de água do seu corpo. Você sai na rua e olha pra placa de todos os carros iguais ao dele pra ver se é o cidadão. Com o coração do tamanho de um pistache sem casca. Querendo vê-lo mas, no fundo, morrendo de medo de vê-lo com outra. Será que ele está com alguém? Será que está namorando? Será que está pegando todas nos axés e micaretas por aí? Você não faz a mínima idéia de como ele está. Se mudou de emprego. Se deu certo aquele projeto pelo qual você estava torcendo. Se ele voltou a fumar. Se ele continua falando aquele inglês com sotaque californiano (lindo!). Você simplesmente não tem mais notícias dele. Daquele cidadão que era o mundo pra você. Daquele cidadão que foi pro hospital chorando no seu colo e fez você chorar junto por medo de perdê-lo.







Seu mundo caiu. Você ficou sem chão. Você ficou sem o amor da sua vida que agora vai ser o amor da vida de alguma outra por aí. Você ficou sem aquele cidadão que acreditava em você mais do que você mesma. Que acreditava nos seus projetos profissionais quando você mesma não tinha sequer uma pista de que a coisa ia dar certo. Na verdade, você ficou sem a outra parte de você. Arrancaram seu coração e você não acreditou que conseguiria sobreviver sem ele.






Recomeçar sozinha não é tarefa das mais fáceis. Você chora na volta pra casa depois da melhor balada. Você chora no dia dos namorados que você passa sozinha. Você chora no dia do seu aniversário que ele não está presente. Você chora simplesmente porque o coração aperta e está vazio. Você chora porque sente a falta e não queria sentir, porque gosta dele e não queria gostar, porque agora você não tem mais pra quem ligar no final do dia e jogar conversa fora. Você chora porque é domingo e está chovendo e está muito mais frio do que estaria se ele estivesse do seu lado.






Então, sua vida anda. Você não encontrou outro cara bacana. Ninguém substituiu o lugar de amor da sua vida. Você agora é quem mais tem que acreditar em você e nos seus projetos. Você não tem mais por quem chorar, o que, de certa forma, é bom porque você não agüentava mais aquele chororô. Você não precisa dar satisfação se quer viajar pra praia ou se simplesmente quer ficar em casa sozinha sem fazer nada. Você aproveita as tardes de domingo chuvosas pra ler um livro e relaxar a cabeça. Aproveita também pra descansar o corpo daquela noite de sábado quebradeira que durou até às oito da manhã. Ninguém vai te ligar meia-noite só pra te desejar boa noite então você pode estar em qualquer lugar do mundo e com o celular desligado dentro da bolsa sem te xingarem depois. Você pode ter quantos amigos homens quiser sem ninguém te encher o saco porque fulano ou sicrano te liga demais. Você pode ficar na piscina sábado à tarde com seu vizinho saradíssimo sem ser importunada por telefonemas do tipo “você está aí com quem?”.






Até que, um belo dia, sua vida, que havia andado, te joga um laço, te golpeia pra trás e coloca aquele cidadão na sua frente de novo. Ham??? Como assim, cara pálida? O tempo passou. Você mudou. Sua vida mudou. Seus projetos mudaram. Você deu um passo à frente. Você cresceu e se transformou em você inteira. Uma versão completa de si mesma. Você deu conta da sua vida muito bem sozinha. Você passou a acreditar mais em você do que em qualquer outra pessoa. E agora é tarde demais quando ele diz que quer voltar. Você já descobriu que voltar é retroceder. Andar pra trás. E essa sua nova versão jamais permitiria isso.

Brena braz

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